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Na republica dos bandidos

1
O maior crime do mundo
Foi do sul até o nordeste
Feito só por gente grande
E meninas do agreste
E foi feito em São Paulo
Por coronel cabra da peste
2
E irmão , matou irmão,
Muito roubo e confusão
De São Paulo capital,
Ao interior sem direção
Gente ruim foi dominando
Toda a população.
3
Mas apareceu um homem
Com a caneta na mão
E com uma mulher dama
Construiu esta canção
Para libertar do medo
Quem tinha bom coração.
4
O que falo é bem verdade.
Pois não minto nessa idade
Mulher dama explorada
Vive sem sua vaidade
Mas um dia alguém chega
Pra trazer a claridade
5
O que todo mundo  espera
É um mundo de igualdade
Onde a lei não faz escolha
E o dotô prende de verdade
Sem saber se é pobre ou rico
Lhe roubando a liberdade.
6
Quanto crime tenho visto,
Contra o povo que trabalha
Quanta falta de comida
Quanta vida consumida
Enquanto o rico multiplica
E o pobre se fornica.
7
Tanto crime fica impune
Mas um dia a coisa muda
Gente grande que aproveita
Rouba, mata e trafica,
Ta chegando sua hora
Tem um juiz que lhe trumbica.
8
Lá no parque da cidade
Quando chega a luz do sol
Brincam todas as crianças
Vem a noite e trás a lua
As mulher dama vão a rua
E a verdade anda nua
9
Por isso tem cabra peste
Viciando as meninas
Com farinha, não do agreste
É a tal da cocaína
Atacando de sul a leste
Tanta gente contamina
10
Vou contar coisas do tempo
Que o homem deixou pra trás
Esquecer das margaridas
Fazendo viagens astrais
Noite finda nas avenidas
Outra vida se desfaz
11
Tem também muito dinheiro,
Na mão de politiqueiro
Que envolve o mundo inteiro
Deixa a gente sem trabalho
Faz da vida um galinheiro
Joga o povo num baralho
12
E tem muitas outras coisas,
Que versando não escrevi
Pão e circo e mega-shows
Inda vou mostrar aqui
Que esse bando é de ladrão
E denunciar me atrevi
13
Nesta terra que é de todos
O povo então vai trabalhar
Dando o duro o dia todo
Pros feitores prosperar
Mas a vida é uma surpresa
E o Rei vai desabar
14
Parabéns pela coragem
De quem não foge da raia
Lutou contra o cão danado
Junto a um rabo de saia
Mesmo estando jurado
Foi pela lei contemplado
15
Fez da vida uma lição
E Com o povo uma união
Em sua luta sem descanso
Deu um grito de coragem,
Levou os cabras a prisão
Foi a sua consagração.
16
Por isso eu  rogo todos
Pra que sigam esse exemplo
De viver com a coragem
Nunca deixem sem castigo
Os doutor da sacanagem
Pois a lei não é miragem
17
Vamos atacar de frente
Quem sempre engana a gente
pra fazer nosso pais
mais alegre e diferente
dando fim nessa cambada
que ainda vive impunemente.
18
Igualdade para todos
Com mais justiça social
Mais emprego, mais estudo
Sem política do mal
Acabou-se e faz  tempo
O Brasil do general.
19
Muita gente se arvora
em ser dono da nação
Quando, em cima do palanque,
todos tem a solução
Mas depois que o voto é dado
Deixam a gente na mão
20
Bumba-meu-boi, mamulengos
Palhaços dizendo loas,
Enquanto a banda vai passando
Na frente, mulheres boas,
Na platéia em que estão
Duzentos milhões de pessoas
21
Nessa briga de um senador
Entra Pai e empresário
Mas na hora da verdade
È o menor que sente a dor
Gente grande e covarde
Quer matar o sonhador
22
Lá No reino da luxuria
Mulher dama que se presa
tem a vida a levar
Entre cabras que traficam
Vagabundos do asfalto
Não escolhe pra deitar
23
As quadrilhas que se formam
Não são mais as de dançar
São quadrilhas de bacanas
Fazendo o povo chorar
Tirando de suas famílias
Crianças pra viciar
24
Num pais maravilhoso
Tanta praia e povo honesto
Nas montanhas, nos sertões
Rios e matas a encantar
Os gringos chegam brancões
Pra  estampa bronzear.
25
Muitas branquinhas bonitas
Olho azul sempre a brilhar
E as morenas coxas grossas
Também quero namorar
Mas eu quero da mulata
Por seu jeito apaixonar
26
Aqui vivem todos povos,
Todos num só continente
Vivem todas religiões
Raças mil, sempre contente
Moram em todos rincões
Juntos, mesmos diferentes.
27
Quem me dera que um dia
Ver todo meu povo igual
De mãos dadas nas escolas
Como fosse um carnaval
Ninguém pedindo esmolas
E mais justiça social
28
Acontece que a gente
Sempre erra ao votar
Ai coloca no poder
Quem vai lá pra se abastar
Mais um dia a gente aprende
E nunca mais vai errar
29
Essa coisa de poder
Chega sempre pro patrão
Camponês tem quer saber
Quando chove no seu chão
E sua colheita não vender
Pelo preço que lhe dão
30
Vou parando por aqui
Pois lá vem o delegado
Desde o dia em que nasci
Já fiquei todo enrolado
Mas a lei eu nunca vi
Nem passar do nosso lado
31
Nossa estória é de um crime
Que ocorreu no interior
Mas com gente muito grande
Que só vive do terror
E um herói tão brasileiro
Que só vive do amor
32
Sei, vocês já perceberam
Que na noite sobra dor
Sei, talvez não entenderam
Sobre o velho senador
Mas afirmo com tristeza
Dos crimes foi o mentor
33
Quanto a pobre mulher dama
Que ajudou a denunciar
Todo crime, todo drama
Fez ela renunciar
Aos clientes da sua cama
Para outra vida levar.
34
Volto agora pro meu canto
Já dei minha explicação
Me cansei de tanto pranto
Sobre a historia dessa noite
Cada um aumente um ponto
Pois aqui, finda a canção.
35
São estórias do meu povo
Que guardei no coração
Mas a outra mulher dama
Que nasceu nesse sertão
È a santa dos milagres
E virou uma oração.

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